domingo, 24 de fevereiro de 2008

Bem-vindos à Suiça Argentina!

Quem pensa que a Patagónia é uma espécie de terra de ninguém, inalcansável e inacessível, desengane-se!
E a prova evidente disso é a cidade de San Carlos de Bariloche, a segunda cidade mais turística da Argentina (sem contar com a capital, claro!).
Bariloche é mais suiço do que a própria Suiça. Exagero possivelmente porque não conheço bem a Suiça, mas não acredito que lhe falte qualquer coisa que a Suiça tenha (à excepção dos bancos, está claro!).

E aqui há de tudo.
Mal chegámos ao Hostel, o dono começou a inumerar-nos as múltiplas possibilidades que Bariloche oferecia: passeios de bicicleta, rafting, kayac, subir ao Cerro Catedral ou ao Cerro Otto, fazer o circuito chico, veleiro, cavalgata, mergulho...
Pensamos: "Parálo loco, parálo!!!!".
Só de o ouvir já ficámos cansados. Obviamente nesse dia já não conseguimos fazer nada.

Isla Vitória e Bosque de Arraynes

A excursão é turística - avisa-se desde já, aliás como todo o território barilochense.
Em Puerto Pañuelos espera-nos o Modesta Vitória, embarcação que nos irá levar á ilha.
Ao lado está o famoso Llao Llao, que pelo nome e pelo enquadramente paisagístico-arquitectónico poderia estar aqui, na China ou no Butão. É um dos mais caros hotéis da região, por onde já passaram muitos chefes de estado.

Apesar da beleza da Isla Vitoria parecer demasiado perfeita, idílica e construída, a verdade é que é impressionante.
A viagem a bordo do Modesta Vitória é feita no Lago Nahuel-Hapi, onde a voz ligeiramente irritante da guia (que já disse pelo menos 4 vezes que se chamava Maria Cristina) se impoem, e destrói o que poderia ser uma tranquila e harmoniosa travessia.

Assim que chegámos à ilha, eu a Joana e o Pol, desertámos do grupo de fiéis que seguia religiosamente as explicaçoes de Maria Cristina.

E estivémos no dolce fare niente durante um tempo até que uma resma de espécimes, que faz questão de fazer notar a sua presença através de poluição sonora e residual (e a que habitualmente chamamos turistas), invadiria o local, obrigando-nos a nova desertação.

A ilha é pequena e rapidamente se faz a visita e o reconhecimento.
Cheira a pinheiro, eucalipto, alfazema e tem enormes sequóias - árvores de origem americana que foram plantadas aqui, depois da flora da ilha ter sido devastada por um tal Orelio a quem o estado argentino tinha feitouma concessão por 99 anos., no final do século XIX.

Embarcamos de novo e a próxima visita seria ao Bosque de Arrayanes - bosque fabuloso e ex-libris da Walt Disey, onde famílias cheias de crianças apreciam o local e a cabana onde foi filmado o Bambi.

E se a ilha tinha sido um glorioso (apesar de turístico) pontapé de saída, o golo viria sobre a forma de restaurante. A cerejinha em cima do bolo chamar-se-ia Boliche Alberto.
Cerejinha não, perdão! Carne, muita carne, da boa, da genuína, da gaúcha, única, autêntica, carne argentina!
Meia-hora de espera fez-nos perceber duas coisas: a primeira foi que estávamos esganados de fome, e a segunda foi que tínhamos acertado na mouche! Uma grande foto do Chef Alberto segurando em duas enormes costillas só nos fez ter a certeza em como aquele lugar era o indicado para nós, sedentos de carne!
Bife de chorizo e bife de lombo deliciaram as nossas panchas.
Foi o abuso (houve quem falasse em orgia...). E este desmadre durou até á meia-noite e meia, hora a que nos arrastámos tal como podíamos para o Hostel.






1 comentário:

Anónimo disse...

Ai 'miga que me dá os calores! Adoro o teu ar de menina que está numa rebuçado gigante onde dorme, fala, pensa e prova :-)

Quero ver-te depois desse rebuçado!

Beijos grandes, mas mesmo grandes, aqui da Zéza Badocha!