Corro e recorro mi vida, mi muerte
Abro caminos sobre las distancias que algunas veces que me acercan y otras me separan.
Conoci lugares que nunca imaginaba existir y sentimientos que reposan dulce y harmoniosos dentro de mi corazón.
Me llamé nombres nuevos, inventé nuevos idiomas, nuevos alfabetos
y construi una casa más al sur.
Sueño con regresos, sueño con las sonrisas de la gente...
Estoy Vol-vida, devolvida do marasmo deslumbrante de sensações e paisagens. Paisagens humanas, paisagens sonoras, visuais também. Sei que a minha pronúncia a falar castelhano nunca mais será a mesma...
As imagens desfilam nítidas e emotivas, as memórias entram invasivas no presente e o momento é de nostalgia. Existem palavras que nos custam a sair como existem regressos que nos custam a fazer...
Viajo. volto a per-correr oceanos,atravessar desertos, passar estreitos, estepes patagónicas, noroestes indios, mapuches, quechuas....
E já não é o mar da Costa Nova que está à minha frente...Estou na calle Defensa, em frente ao Parque Lezama, tenho os meus certeiros e matinais encontros com dois passeadores de perros que são arrastados por uma docena de caninos desvairados na direcção do parque. A caminho do Espacio Ecletico, compro na panaderia 3 medias-lunas, recebo os piropos matinais ( que fashion divina!! que linda sós!!) que à força do tempo e de acostumbrar-me deixaram de constituir uma invasão. E enquanto Buenos Aires me diz buen dia, contemplo a cidade em horário matutinero e respiro o no tan bueno aire que as centenas de colectivos ajudam a mantener (o bondi 29 passa seis vezes , a carreira do 24 e do 26 e 28 e do 53 também passam umas quantas de vezes, adornando com fumo e buzinadelas o meu caminho pelo meio da frenética e cáotica paisagem urbana porteña.
E é assim o meu Buenos Aires Querido...( cuando te vuelvo a ver?...)
São os concertos no Torquato Tasso, os cafés no Federal, no Britanico, a parrilla do 1880, as enpanadas, as pastas...
E quando o meu corpo morria, quebrado, a Berta, mi chaimán, revitalizava-me com as suas massagem muito poderosas.
E lembro o sorriso terno e generoso da Augustina, com um nariz muito fungoso e 40 graus de febre: como andas, mami??estoy mal.... As conversas com a Anie e a Natália nos últimos dias, as suas divertidas explicações às minhas infantis perguntas (de volta à fase dos porquês): porquê que é que os argentinos comem tanta carne? porquê que é que os argentinos bebem tanto mate?porquê que é que os argentinos nunca param nas passadeiras? ...etc etc...
Soy del sur!! Te quiero Sur!!
E ando pela Boca, passo pelo Galpón de Catalinas Sur -o primeiro dos cerca de 39 grupos de Teatro Comunitário que existem em Buenos Aires, compro artesania na feira da Recoleta, ando por mi San Telmo, pelo Micro-centro, Belgrano, pela calle Lavalle....
E sonho com Bifes de chorizo, com as expressões das gentes: "Que bájon.. que fiaca! que garrón!Sós un incha-pelotas!! anda a cagar!" ou a variação "te voy a cagar a trompadas!"
E foram muitas viagens em pouco tempo, muitas terras, muitos lugares, muita gente, muitos quilómetros; muitos micros, muitos hosteles, muitas provincias, muita terra, muita terra....
Com uma vida imensa dentro de mim, volto. Volto de uma vida, com a certeza de que há seguramente coisas que não voltarão a ter os nomes e os mesmo significados.
Conceitos como a distância, a generosidade, a autenticidade, a luta e a sobrevivência alteram-se, trocam de sítio, confundem-me e abraçam-me. Tocam-me.
Volvida.
Vuelve vida, vuelve a mi, como se vuelve siempre al amor...